PERCURSOS DE INVESTIGAÇÃO

Desde o início das suas atividades que a Binaural Nodar tem caminhado um trilho que inclui a investigação enquanto ferramenta complementar e necessária para melhor entender o seu posicionamento em relação às práticas artísticas que programa e acolhe e também em relação uma série de outras temáticas relevantes para a sua intervenção, como sejam a antropologia rural, a filosofia da paisagem, a arquitetura rural, as ciências naturais, o papel dos arquivos digitais na construção de sentidos e de novas narrativas, a educação comunitária através da arte e muitos outros.

Nos últimos anos, a área da investigação artística tem-se desenvolvido de forma extraordinária, sendo para nós particularmente útil a reflexão sobre a relação entre as práticas artísticas e as ideias métodos e objetos de outras áreas científicas. Em muitos dos projetos artísticos que temos acolhido desde 2004, os limites entre as várias tipologias de investigação usadas obedecem a um princípio de fronteira e de mediação (poética, sensorial, etc.), o que na mais recente bibliografia sobre estas temáticas se designa por “objetos de mediação” (“boundary objects”), conceito introduzido por Susan Leigh Star e James R. Griesemer numa publicação de 1989 (1):

“Objetos de mediação são objetos que são suficientemente plásticos para se adaptarem às necessidades locais e às restrições das diversas partes que os empregam, sendo, ao mesmo tempo, suficientemente robustos para manterem uma identidade comum entre lugares de uso.”

Nesta área do sítio internet da Binaural Nodar irão sendo publicados artigos curados no âmbito dos projetos curatoriais temáticos que foram e serão programados, tendo sempre o acordo expresso dos respetivos autores para a sua publicação. À medida que o número de artigos for aumentando, serão criados separadores temáticos que facilitem a pesquisa e o estabelecimento de relações conceptuais entre os vários artigos.

(1) Star, Susan; Griesemer, James (1989). “Institutional Ecology, ‘Translations’ and Boundary Objects: Amateurs and Professionals in Berkeley’s Museum of Vertebrate Zoology, 1907-39”. Social Studies of Science. 19 (3): 387–420.

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