William Lamson

Drift

A ideia da vida em equilíbrio com a natureza é a inspiração para a performance, projeto áudio e vídeo denominado Drift. Proponho uma performance em que estareina superfície do Paiva, movendo-me lentamente para baixo nos últimos 28 km do rio até que se expanda para o Douro. Para fazer isso, vou construir um dispositivo de flutuação simples que é calibrado para o meu peso, mas permanece completamente submerso, excepto por um pequeno disco, logo abaixo dos meus pés. Um par de botas de fibra de vidro instalado no vaso vai manter meus pés no lugar e ajudar a manter o meu equilíbrio. Este projecto situa o meu corpo num equilíbrio delicado com a superfície do rio. Movendo-se lentamente com a força invisível da corrente, Drift vai permitir-me experimentar o rio Paiva, de forma íntima, em que eu dei o controle do meu movimento para o próprio rio. A partir desta posição de vulnerabilidade, vou fazer uma série de field recordings, com o resultado de uma peça minimalista. Sequenciados com esta parte de áudio haverá um vídeo documentando o meu progresso no rio.

Cronologia do projecto

No local da Residência

Dias 1-5, construir, testar e calibrar o dispositivo de flutuação no Paiva para Nodar.

Dia 5-7, Reconhecer o percurso de 28 km rio abaixo, determina a localização com o qual documenta a viagem.

Dias 8-14, Lançar o vaso e começar a viagem de 28 km rio abaixo.

Durante a residência na Binaural, elaborei uma gravação de campo na ponte que atravessa o rio Paiva. Pendurei uma garrafa de água deixando esta a flutuar na corredeira a duas pedras presas no corrimão da ponte, cria-se assim um balanço delicado em que as pedras são puxadas para longe do corrimão pela fora da ponte. Pontualmente, a garrafa encontrou descanso da água, que causou com que as pedras batessem no corrimão causando um conjunto de vibrações que gravei com dois microfones de contacto. As gravações resultantes soaram semelhantes a um gong – uma ressonância profunda que aparenta nunca terminar.

William Lamson é um artista que trabalha em áudio / vídeo, fotografia, performance e escultura e está baseado em Brooklyn. A sua obra está nas colecções do Brooklyn Museum, the Dallas Museum of Art, the Museum of Fine Arts de Houston e em várias colecções privadas. Em 2009, foi premiado com uma bolsa MacDowell para trabalhar numa escultura pública como parte de um espectáculo individual na Artspace New Haven. Desde que se formou a partir do programa do MFA Bard em 2006, o seu trabalho tem sido mostrado no P.S.1, The Brooklyn Museum, Franklin Art Works em Minneapolis e no Museum of Fine Arts em Santa Fé, entre outros.