Re-interiorização de paisagens
Fruto da residência artística “Re-interiorização de paisagens” (10-20 Novembro), em parceria com a Binaural-Nodar Lafões Cult Lab (Vouzela), e estudando a paisagem sonora, com recolha de sons, principalmente em Vouzela, e também Aveiro, a composição eletroacústica “o centro da assimptota” junta a composição das gravações, voz, e piano improvisado sobre temas escritos. É uma obra simultaneamente idiossincrática e colaborativa, imagética-metafórica e concreta-descritiva, científica e religiosa, que pretende retratar algumas das sensações que a paisagem do eixo da rede hidrográfica do rio Vouga, em dois pontos distintos (Vouzela e Aveiro), transmite. O artista é o receptor sensível aos estímulos da paisagem, e serve de pequena amostra pessoal, de testemunho ao público, re-transmitindo sensações, ideias, imagens e pensamentos adquiridos sob a forma da composição. Qual o impacto que esta paisagem tem sobre as pessoas, a sua simbiótica sociedade, os seus habitantes, e os que a visitam?
A composição será futuramente preformada, em Vouzela, e em plataforma de streaming.-A anunciar.
Esta criação, sendo da autoria do compositor Rui Lima, fala de como o ambiente e a paisagem alteram a nossa perceção do mundo, e por outro lado, nós mesmos projetamos as nossas emoções e aspirações, individuais e coletivas na paisagem. A gravação da paisagem de Vouzela será recomposta, e servirá de ambiente sobre o qual tomará lugar uma interpretação improvisada do compositor e instrumentista Rui Lima.
Rui Lima é natural de Lourosa, Santa Maria da Feira e frequentou a Academia de Música de Paços de Brandão, onde estudou piano, coro e formação musical. Em 2017 licenciou-se em Biologia na Universidade de Aveiro e em paralelo à licenciatura estudou composição com Evgueni Zoudilkine e José Luís Postiga, e direção com António Vassalo Lourenço na Universidade de Aveiro. Desde 2016, as suas composições originais têm vindo a ser interpretadas, experimentando várias participações em grupos de música e teatro, desde música de câmara, eletrónica, fusão de grupos, orquestras juvenis, e especialmente grupos corais. Sob a orientação da compositora Isabel Soveral, criou a obra final de Mestrado,“Choral Moons” (2019-2020), onde explorou as luas do sistema solar numa narrativa artística, integrando investigação científica (musical, linguística, estética, astronomia e astrogeologia).