Agoraphobic walks

O projeto de Miguel Tavares não existiria sem a passagem pela pandemia atual, a qual voltou a ativar a memória, mental e muscular de ser obrigado a estar confinado em casa. O artista usou as semanas de residência artística para refletir entre um suposto ambiente idílico rural onde a ansiedade parece não existir e a cidade enquanto possível indutora de pulsões agorafóbicas, desenvolvendo para tal uma abordagem ambulatória e pessoal, que se apresente intimista e de acesso a um tempo que irá procurar apresentar como seu. A par do dictafone, o artista também gravou pistas estéreo a partir de apontamentos sonoros oferecidos pela natureza nos locais escolhidos para as reflexões. Miguel Tavares foi acolhido em 2021 em contexto do ciclo de residências artísticas Mental Rural, completamente dedicado a intervenções artísticas de volta de aspetos mentais que possam ser apresentados em contexto rural.

Miguel Tavares é formado em Cinema e Imagem em Movimento pela Ar.Co, tendo completado também o curso avançado de artes plásticas na mesma instituição. É professor no departamento de cinema e de imagem em movimento da Ar.Co, músico enquanto Calipso e co-fundador do coletivo cinematográfico Simulacro. Apresentou as suas obras vídeo e instalações audiovisuais em vários contextos como o Fuso–Anual de Video Arte Internacional de Lisboa, o Indie Lisboa, O Festival de Novos Realizadores NEXXT, no Meconio–Muestra de Nuevos Cineastas de Madrid e no festival SOMA. Miguel Tavares tem desenvolvido trabalho de câmera, montagem e pós-produções em filmes de realizadores denomeada como Pedro Costa (“Cavalo Dinheiro”) e Edgar Pêra (“Lisbon Revisited”).

OBRAS ARTÍSTICAS