Juana_InspiraciónsTrio
Uma semente em movimento da Galícia para o Uruguai começa sua jornada com a grande poetisa uruguaia Juana de Ibarbourou ‘Juana de América’, um elo entre duas terras e um pretexto para uma criação cênica que integra várias disciplinas artísticas: poesia, dança, música e ensino para o serviço de teatro. A escritora norte-americana dá nome à biblioteca de Lourenzá (Lugo) desde 1962. O seu pai, natural desta cidade, posteriormente migra para o Uruguai em meados do século XIX. A artista nasceu na cidade de Melo, no final do mesmo século, sendo que aos 18 mudou-se para Montevidéu onde residiu até o momento da sua morte. Possivelmente serão os organismos da época, aqueles que facilitam que preservemos uma carta sonora da poeta com a sua voz e ecoando o momento da sua nomeação.
O áudio apresentado, que a própria poetisa enviou às autoridades da época, é a semente inspiradora da obra ‘JUANA’, na qual os famosos poemas de três mulheres de diferentes séculos, se interligam com a música e a dança. Textos de Juana de Ibarbourou (1892-1979,Uruguai), Rosalía de Castro (1837-1885, Galiza) e Marina Oural Villapol (1968, Lourenzá-Galiza). Todas tutoras de um trabalho cénico multidisciplinar: corpo, voz e música que servem o texto e vice-versa.
Em cena verificam-se também muitas artistas femininas de diferentes gerações, a partilhar a sua criação multidisciplinar com o homem, ao mesmo tempo que aprofundam a sua aprendizagem da arte cênica como ferramenta universal e necessária de relacionamento e comunicação.
Existem locais e mundos distintos que assumem a improvisação livre como o alcançar da mestria na sua criação, o ponto onde partilham pela primeira vez a sua primeira composição. Foram, assim na prática, valores construtivos na oralidade, na musicalidade e no movimento da palavra sentida e escrita para o cultivo da terra e do céu, numa obra internacional da aldeia, dedicada à aldeia e ao feitiço galego.
Esta edição da Performance ‘Juana_Inspiracións Trío’, pela primeira vez em território português, decorreu durante o Festival Ocupai 2018, entre os dias 23 e 24 de Junho, na praia fluvial de Destriz (União de Freguesias de Destriz e Reigoso, Município de Oliveira de Frades).
Marina Oural (Galiza-Lourenzá, 1968) Produtora, docente, poeta-performer, e artista autodidata desde os 15 anos entra na consciência do movimento através da CI_Contact Improvisation na Itália, Madrid e Barcelona. Mergulha na performance colaborando com empresas como a Central Folque, poetas como Estibaliz Espinosa e cantores-compositores como Ugia Pedreira. Atualmente dirige projetos de Poesia e Movimento, bem como contextos de Arte e Diversidade Funcional.
Irene Álvarez (Asturias-Cádiz) Bailarina, coreógrafa e diretora do Astúrias Contact Festival, interessada pela dança e pela transformação do vento em arte. IRENE COTO_DANCE; FESTIVAL DE CONTATO ASTURIAS;
Mónica Cofiño (Asturias) Licenciada em turismo, Cofinõ é bailarina, performer e produtora cênica, sendo mais conhecida pela sua ligação ao colectivo La Xata La Rifa, onde oferece a sua maestria e vigor com o ímpeto dos prados. Adicionalmente possui mais uma licenciatura em Dança Clássica-Espanhol pelo Conservatório Professional de Dança de Madrid. Completou a sua formação no Léon Choreographic Center bem como no Barcelona Theatre Institute. Ademais estudou em escolas e teatros internacionais em cidades como Budapeste, Viena, Bruxelas, Berlim, Paris, San José (Costa Rica) e Amsterdão. Pelo seu trabalho, já foi premiada com o prémio “Injuve” de propostas cênicas 2009 e “Astragal” 2010.
Chefa Alonso (Galiza-Madrid) Saxofonista e percussionista de free jazz e improvisação livre. Compõe música para espetáculos teatrais, de dança, circenses e audiovisuais, além de exercer importante atividade de docência, ministrando oficinas gratuitas de improvisação e composição na Universidade de Brunel (Londres, 2007). Participou em festivais de free jazz e de improvisações na Alemanha, Áustria, Brasil, França, Espanha, Inglaterra, México e Suíça. Faz parte dos grupos Sin Red, quarteto de improvisação livre, Uz, trío de vientos, Akafree e do duo com o pianista Alberto Kaul. Por fim, Alonso faz também parte das orquestras de improvisação LIO (London Improvisers Orchestra), Orquestra FOCO (Orquesta de Improvisadores de Madrid) e OMEGA (Orquesta de Música Espontánea de Galicia).
OBRAS ARTÍSTICAS