Homo et Bestia
Judith Sönnicken e Diana Policarpo irão desenvolver um trabalho sonoro colaborativo com o objetivo de pontuar processos e atores envolvidos na geografia sonora da zona de São João da Serra. Partindo de pesquisas sonoras que incluem gravações da interação das artistas com habitantes humanos e não humanos, as mesmas irão criar pontuações e notações que documentaram e gerarão o seu envolvimento na atividade local. Essas pontuações não apenas se tornarão no arquivo do projeto, como também servirão de base para a sua apresentação ao vivo final. O arquivo a formar dará visibilidade e audibilidade às transições sociais e geográficas dentro do ecossistema, desde as tradições orais do passado aos tapetes sonoros compostos na atualidade.
Judith Sönnicken é uma artista alemã que trabalha naquilo que designa por “atletismo dimensional, plasticidade da memória e imersão primitiva.” O que constitui a corporeidade e como se comunica com o ambiente? Na sua obra site-specific “Immersive 4D matrices” Sönnicken colocou os visitantes dentro da arquitetura mental de locais geográficos. A sua obra “Magic Capes” são círculos têxteis de empoderamento, rodeando “eus”, fazendo a interface entre o antigo simbolismo cosmológico e os materiais contemporâneos. Na sua última peça, “Google Gardening” usou a Realidade Virtual para invadir ambientes privatizados em Silicon Valley. Em 2017, foi co-fundadora do Befriending Hyper Objects, uma interação performativa com hiper objetos no espaço digital e analógico.
Diana Policarpo é uma artista visual e compositora portuguesa, que vive e trabalha entre Londres (Reino Unido) e Lisboa (Portugal). É formada pela Goldsmiths College com um mestrado em Belas Artes, 2013. Com o seu trabalho, investiga relações de poder, cultura popular e políticas de género, justa pondo a estrutura rítmica sonora como material tátil dentro da construção social da ideologia esotérica. Adicionalmente ao seu trabalho a solo, a artista colabora regularmente com a Orquestra Scratch, Hákarl, Áine O’Dwyer, AAS, Cabiria, Erinyese a Orquestra Intonadores Ruídos Futuristas. Diana Policarpo foi recentemente anunciada como a vencedora do Prémio EDP Novos Artistas 2019.
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