Portal do Inferno

O artista observou o fluxo desconhecido da região do rio Paiva com a gravação de sons subaquáticos, electromagnéticos e radiofónicos. Usando hidrofones embutidos no rio, gravou o fluxo da água e a vida aí existente. Usando microfones electromagnéticos, gravou os vestígios da indústria existente ao longo do curso do rio, por exemplo a nova indústriados geradores de energia eólica, a qual serviu de base para o título do trabalho. Usando receptores de rádio, capturou a comunicação da sociedade que flui através do rio. Combinando essas texturas de ruído branco (fluxo de água, zumbido electromagnético + impulsos, e ruído FM) criou um retratosónico da vida dinâmica do rio, que molda a paisagem natural e é moldado pela cultura. O resultado final consiste numa peça audiovisual,combinando um vídeo captado junto a uma turbina eólica com uma composição sonora.

Charles Stankievech é um artista canadiano que trabalha na intersecção entre arte, arquitectura e teoria. O seu trabalho foi exibido nomeadamente na Bienal de Arquitectura (Veneza), Banff Centre for the Arts (Canadá), Subtle Technologies (Toronto), Eyebeam (Nova Iorque), e Atlantic Center for the Arts (Florida).Stankievech detém um mestrado em Open Media e Bacharelado em Filosofia e Literatura. Os seus escritos têm sido incluídos em várias publicações académicas, como Leonardo Music Journal (MIT Press), livros e catálogos de artistas. Ele tem trabalhado em paisagens sonoras e com artistas sonoros como R. Murray Schafer, David Dunn e Alvin Lucier. Actualmente é investigador em redes media digitais na Universidade do Árctico, Canadá.