CRIAÇÕES ARTÍSTICAS DESENVOLVIDAS PELA EQUIPA DA BINAURAL NODAR
No ano de 2006, a Binaural/Nodar começou a sua atividade regular centrada no acolhimento em residência de projetos artísticos sonoros e media na aldeia de Nodar (município de São Pedro do Sul), um formato que permitiu uma reflexão profunda sobre o potencial da ligação entre contextos antropológicos e paisagísticos rurais e uma expressividade vinculada a um sentido de necessidade de resgate de narrativas esquecidas. A partir de 2007, a equipa da Binaural Nodar, formada por artistas sonoros, artistas media e performers, encetou um caminho de desenvolvimento de criações artísticas, procurado definir uma marca distintiva própria que possibilitasse o aprofundamento de temáticas e metodologias pensadas ao longo do tempo e em ligação perene com o território, suas comunidades e dinâmicas, não necessariamente no período restrito de uma residência artística de duas ou três semanas.
Um primeiro ciclo de criações foi desenvolvido por Manuela Barile entre os anos de 2007 e 2013, as quais tiveram como eixo condutor temas ligados à experiência da dor, da morte e da religiosidade popular no contexto do Maciço da Gralheira (município de São Pedro do Sul) e articularam arte sonora, música experimental, performance site-specific e criação vídeo. Alguns exemplos dessas obras são “A Esposa”, “Rheia Zoontes”, “Cà”, “Moroloja” e “Macário”.
Um segundo ciclo de criações tem sido desenvolvido por Luís Costa desde 2013, sendo que a abordagem tem sido a de conceber espetáculos colaborativos em espaço público que abordem uma temática concreta do território da região portuguesa de Viseu Dão Lafões, sendo de assinalar “Campanologias Beirãs” (sinos e igrejas), “Pontes Perenes sobre Águas Temporárias (pontes e rios), “Imersão Sonora Termal” (a memória dos balneários termais) e “Onde nasce o meu Paiva?” (histórias do rio Paiva).
Por último, outras criações têm sido desenvolvidas através de convites a criadores como Maile Colbert (“Passageira em Casa”), Rui Costa (“La Scatola”), Duncan Whitley (“G.D. Parada”) e Ana Rodríguez (“Plantas faladas: arquivo de memória vegetal”).
