O Vale
Das primeiras intenções e primeiros desejos-o Iluminar o vale-foram duas as grandes tarefas de trabalho que determinam este projecto. A primeira, cavar um buraco na terra. A segunda, reflectir a luz do Sol para o vale.
O buraco a cavar no solo foi uma pratica regular (diária) de trabalho. A sua dimensão (área e profundidade) esteve em relação com o vale e os habitantes da aldeia. Em si, comportou em escala, o vale de Nodar.
Do cume do monte foram direccionados lampejos de luz (em vai e vem) para o buraco.
Do cansaço do labor diário, entre cavar o buraco, subir à periferia do monte (para testar a reflexão de luz para baixo) e descer a ladeira do monte, foi estruturado o tempo da performance (apresentação) final.
O público foi convidado a colocar-se em torno desse buraco e/ou a estar no seu interior e/ou a dirigir-se para o cume do monte. A tarefa de redireccionar a luz do Sol para o vale, foi também feita pelo público.
Andrea Brandão nasceu em Vila Nova de Gaia em 1976 e vive em Lisboa. É licenciada em design inustrial e finalista do Curso Avançado de Artes Plásticas no Ar.co. A sua formação complementar (teatro, vídeo, performance e dança e voz) tem vindo a ser feita em workshops com artistas portugueses e estrangeiros. Entre estes, destaca Laurent Simões, Sofia Neuparth e João Fiadeiro e em particular, na residência de investigação “Case Study” (atelier Re.al). Foi interprete no “Trio Multiplicado” do coreografo Tiago Guedes (Ciclo Como Eu e Tu) e na performance/ instalação “sexyMF” de Ana Borralho e João Galante.
Participou com trabalhos seus no Festival Reheat (Kleylehof,Áustria), na exposição colectiva Decrescente Fértil, na mostra Jovens Criadores 06 e no Festival X (2005).