Tocando a Paisagem Rural
Residência artística em Arte Sonora
Freguesia de Sul, concelho de São Pedro do Sul
12 Abril a 2 de Maio 2015
Apresentação Pública, 2 Maio 2015 às 16h00
com:
Helena Espvall (SE/US)
Pierre Berthet (BE)
Yannick Guédon (FR)
Residência artística integrada na Rede europeia SoCCoS (“Sounds of Culture, Culture of Sounds”), co-financiada pelo Programa Europa Criativa da Comissão Europeia.
No ano em cumpre o seu 10º programa anual de residências artísticas em artes sonoras e media, a Binaural/Nodar acolhe, na sua primeira residência artística de 2015, três artistas sonoros/compositores europeus, Helena Espvall (Suécia), Pierre Berthet (Bélgica) e Yannick Guédon (França), os quais irão trabalhar sob o conceito genérico de “tocando a paisagem rural”, na sua dupla aceção, táctil e musical/sonora.
Depois de vários anos a acolher projetos que trabalharam aspetos temáticos do território propostos a priori (o rio, a voz, a religião, a arquitetura rural, a mobilidade social), a Binaural/Nodar retorna em 2015 ao carácter libertador da ausência de um guião ou de um tema orientador prévios, convocando artistas que possam enfatizar o contacto orgânico, expressivo e visceral com a paisagem (natural e construída) do maciço da Gralheira (São Pedro do Sul), através performances e/ou de instalações cuja urgência seja definida localmente, a partir dos estímulos e das interações que acabarem por estar presentes.
Os três artistas que desenvolverão trabalho criativo têm percursos multifacetados e diversos entre si, nos domínios das artes visuais, música contemporânea, improvisação livre e até weird folk/rock:
Helena Espvall (Suécia/EUA) é uma compositora e perfomer sueca, conhecida pela sua participação nas cenas psych-folk e de improvisação livre pós-milenar. Os seus principais instrumentos são o violoncelo, a guitarra e a voz. Mudou-se para Filadélfia no ano 2000, tendo-se dedicado numa primeira fase à improvisão livre (especialmente com violoncelo), para mais tarde se envolver ativamente no circuito de weird-folk da cidade, tendo feito parte dos grupos Espers e The Valerie Project e formado o duo Anahita com Tara Burke. A colaboração com Masaki Batoh (da banda japonesa psych Santo) produziu dois álbuns lançados pelo selo Drag City. O primeiro deles, “Helena Espvall & Masaki Batoh”, incluiu várias canções folk suecas e marcou a primeira grande aparição vocal da artista. Em 2010 lançou “Lapidary”, uma colaboração improvisada com Marcia Bassett, uma figura de destaque da cena noise/drone.
Pierre Berthet (Bélgica). Estudou percurssão com André Van Belle e Georges-Elie Octors no Conservatoire Royal de Musique de Bruxelles (primeiro prémio em 1986) e no Conservatoire Royal de Musique de Liège (improvisação com Garrett List, composição com Frederic Rzewski e teoria musical com Henri Pousseur). Desenha e constrói objetos sonoros e instalações em espaços naturais e construídos (aço, plástico, água, campos magnéticos….) que apresenta em exposições e em performances a solo ou em duo, com Brigida Romano (CD “Continuum asorbus” na etiqueta Sub Rosa) ou Frédéric Le Junter (CD “Berther Le Junter” na etiqueta Vandœuvres). Tocou percurssão na Orchestra of Excited Strings de Arnold Dreyblatt e lançou até ao momento três CDs: “Un cadre de piano prolongé” (Sonoris), “Two continuum pieces” (Sub Rosa) e “Extended loudspeakers” (Sub Rosa).
Yannick Guédon (França/Bélgica) é um compositor, cantor e instrumentista nascido em França e actualmente a viver em Bruxelas. O seu trabalho concentra-se em pequenas variações de timbres, sensações de pulsação interna e noções subjetivas de tempo, silêncio e erro. O artista presta especial atenção ao lugar e ao contexto em que cada situação musical é exibida. Em 2006 escreveu sua primeira peça, “pitulatif“, para voz solo, seguida de “ticdê” (2007) um trio vocal, “infimie” (2007) para voz, eletroacústica, vídeo e luz, “soupir” (2009) e “pause” (2010), para clarinete, guitarra, percussão, violoncelo e voz. Em 2011 iniciou o ciclo de situações “a _ t e m p _ s” que gerou cinco composições entre 2011 e 2014 utilizando uma diversidade de instrumentos e dispositivos (viola da gamba, configurações eletroacústicas, pesquisa sonora sobre a ausência do artista, velas de aniversário, etc.). Tem colaborado recentemente com Radu Malfatti, Deborah Walker, Eliane Radigue e Mattieu Delaunay.