DEZ ANOS DEPOIS, NAS MONTANHAS
10º ANIVERSÁRIO DA BINAURAL/NODAR

Quarta-feira, dia 3 de Dezembro, 22h00
Foyer do Teatro Viriato, Viseu
Conferência/Performance de Luís Costa e Manuela Barile

Sábado, dia 6 de Dezembro, 21h00
Cine-Teatro Jaime Gralheiro, São Pedro do Sul
Sessão comemorativa
Exibição dos filmes “Sons do Rural” de Tiago Santos e “Desta Paróquia” de Frances Crow e David Prior

De São Pedro do Sul para o mundo, agradecimentos sinceros às pessoas, comunidades e entidades que connosco se cruzaram ao longo destes dez anos.

“Vivemos desde há dez anos (como o tempo passa) num contexto bem preciso: o mundo rural de montanha (Maciço da Gralheira, São Pedro do Sul). Fizemos um caminho de retorno, difícil mas necessário, às origens, o qual incluiu muitos aspetos de questionamento existencial: pensar mais em profundidade e menos em extensão; sair de casa com vontade de estar com o outro e não para me desviar do outro (com medo de tropeçar); aceitar o semelhante na sua totalidade (seja agricultor, seja o que for); renovar o sentido perdido da família (descobrindo por exemplo a árvore genealógica); aceitar a religião enquanto mediação importante entre espaço, comunidade(s) e devir; deixar o tempo correr lentamente para aceitar muito do que vem até nós (em vez de esgravatar ansiosamente cada “janela de oportunidade”)”.

Luís Costa
Artista e documentarista sonoro, presidente da direção


“É importante redescobrir a qualidade da vida, do sentido do lugar. Lugar enquanto território específico, chave para uma possível resposta económica capaz oferecer uma solução para alguns dos problemas colocados pela globalização. O processo de redescoberta do sentido do lugar exige análise e investigação das relações existentes entre as diferentes dimensões que coexistem entre si: o território em sentido geográfico, os habitantes que formam as comunidades, a sua memória e tradição – explorando por exemplo a relação com os antepassados, os aspectos da conformação natural e ecológica do território, os símbolos e percursos da ritualidade e da religiosidade depositados como sinais indeléveis na terra.”

Manuela Barile
Performer e artista visual, diretora artística


“Gravar um som não é arte assim como tirar uma fotografia não é arte. A arte envolve uma visão estética, um sentido de transcendente, um conceito que terá que ser posto em prática utilizando determinadas técnicas. A gravação sonora é só e apenas uma dessas técnicas. Aliás, a crítica que se pode fazer a muita da arte sonora de hoje em dia é ser demasiado focada na componente técnica e a meros exercícios lógicos e “para-científicos” com uma total ausência de um sentido estético/poético.”

Rui Costa
Artista sonoro, diretor de conteúdos e editorial