A VALORIZAÇÃO DOS BALDIOS DE REBORDINHO E MALHADOURO
Exposição documental e filme documentário

Inauguração: 25 de julho às 18h00
Abertura ao público: de 26 a 31 julho 2024, das 9h00 às 20h00
Antiga Escola Primária de Rebordinho (Campia, Vouzela)

Uma coprodução entre a Binaural Nodar e a Comunidade Local dos Baldios de Rebordinho e Malhadouro, com o apoio do Município de Vouzela e da Junta de Freguesia de Campia.

Em Portugal, a origem os baldios, terrenos em regime de propriedade comunitária, remonta a povos anteriores à constituição da nação. Pelo seu papel na subsistência das comunidades rurais, a sua importância ao longo da história rural do país é inquestionável.

O conceito de baldios faz há longas décadas parte da cosmovisão das populações rurais, especialmente as do norte e centro de Portugal. Muitas vezes, quando os próprios habitantes tentam explicar o que são baldios, usam uma expressão bem curiosa: “são terrenos que são de todos e não são de ninguém”.

Historicamente, estas áreas eram usadas para pastorear os gados comunitários das aldeias, recolher os matos e carumas que lhes serviam de cama, que na primavera se usam para fertilizar as terras de cultivo. Foram as iniciativas de privatização e arborização dos baldios para aumentar a área agrícola e florestal que os descreveram como “incultos”, ou seja, “baldios”. Não obstante, foi o conceito de “bem comum” aquele que acompanhou o termo ao longo de séculos de dinâmica rural em Portugal e em vários outros países.

Apesar da função original dos baldios ter mudado nas últimas décadas, especialmente após a revolução do 25 de abril de 1974, as terras comuns permanecem com um vigor que depende de quem as gere, sejam as juntas de freguesia ou os conselhos diretivos dos baldios. No concelho de Vouzela, existe um caso exemplar de perseverança e de adaptação às novas realidades: A Comunidade Local dos Baldios de Rebordinho e Malhadouro, situada na freguesia de Campia.

A Binaural Nodar foi convidada a efetuar um trabalho de recolha documental e audiovisual, de organização de uma exposição retrospetiva e de realização de um filme documentário, relativos ao historial dos baldios de Rebordinho e de Malhadouro, cujas primeiras iniciativas para a sua constituição remontam a 1978, poucos anos depois da Revolução dos Cravos. Passadas estas décadas, a Comunidade Local dos Baldios de Rebordinho e Malhadouro é hoje um projeto dinâmico e atento às possibilidades económicas de gestão da sua área geográfica que possibilitem a obtenção de recursos que são aplicados em obras e ações que contribuam para o bem-estar das populações, incluindo a construção de muros, o alargamento de caminhos, iniciativas de combate à vespa asiática, etc.

A exposição “A Valorização dos Baldios de Rebordinho e Malhadouro” e um documentário com o mesmo título, que assinalam a comemoração dos 30 anos de atividade do organismo, serão mostrados no contexto de um evento comunitário que terá lugar no próximo dia 25 de julho pelas 18h00, na antiga escola primária de Rebordinho. O evento será concluído com animação musical, aberta a toda a comunidade.

A Comunidade Local dos Baldios de Rebordinho e Malhadouro e a Binaural Nodar agradecem o contributo das pessoas que cederam documentação para a exposição: Amadeu Soares, António Carvalho, Celestino Tavares, José Luís Tavares e Regina Soares.

Agradecimentos ao jornal Notícias de Vouzela pela cedência de notícias do seu arquivo histórico, relativas aos baldios de Rebordinho e Malhadouro.

Por último, um agradecimento às pessoas entrevistadas para o documentário sobre a história da Comunidade Local dos Baldios de Rebordinho e Malhadouro: Albano Rodrigues, Amadeu Soares, António Batista, António Carvalho, António Mário de Almeida, Aventino Pereira, Carlos Batista, Carlos Duarte, Carlos Oliveira, Celeste Fernandes, Celestino Tavares, Fernanda Eirinha, Fernando Eirinha, Fernando Morgado, Fernando Tavares Pereira, João Carlos Gralheiro, João Miguel Marques, José Luís Tavares, José Ribeiro, José Rodrigues, Pedro Nuno Tavares, Regina Soares e Telmo Antunes.

Ficha técnica:

Gravações sonoras e audiovisuais: Ana Margarida Ferreira e Liliana Silva
Entrevistas realizadas por: Andreia Mota
Registos fotográficos: Liliana Silva
Edição audiovisual e gráfica: Liliana Silva
Escrita e revisão de textos: Andreia Mota e Luís Costa

A Binaural Nodar é uma entidade cultural apoiada pelo Governo Português – Cultura | Direção-Geral das Artes.