FLORESTA SONORA – UMA MANHÃ DE ESCUTA SENSÍVEL
Ateliê dirigido por Luís Costa e Liliana Silva
23 de fevereiro – 12h30-13h20 | Escola Secundária de Vouzela
Em parceria com o ISPUP/Projeto FlorestFM e o Município de Vouzela

Alunos e alunas da Escola Secundária de Vouzela
num dia e num lugar concretos, com árvores em redor.
Corpos e mentes vindas de diferentes contextos,
com escutas necessariamente específicas.

O que é escutar o mundo que nos rodeia?
A que sons damos mais importância?
Como suportamos o silêncio?
É possível uma escuta coletiva?

Partiremos para uma dupla descoberta, interior e exterior.

1. Levando na mão um cesto imaginário de um piquenique de sons, iremos com lentidão procurar espaços e recolher o máximo de possibilidades sonoras. Ouvir perto, ouvir longe, tocar, encostar o ouvido, experimentar o contacto com as matérias da floresta (pedras, paus, ramos, troncos, folhas, pés, mãos, etc.), ouvir o que tocamos, ouvir o que os outros tocam, procurar ouvir o que ninguém ainda ouviu. Um, dois, cinco, cinquenta. Tempo lento, insistência…

2. Três gravadores de som e vários microfones estarão à disposição. Quando os/as jovens acharem que ouviram o suficiente, inventarão um percurso e gravarão alguns dos sons que identificaram ou algumas das ativações que mais lhe interessam.

3. Depois de gravarem, poisarão o gravador e pensarão numa memória longínqua de som e floresta. O piquenique com os pais ou com os avós na aldeia, etc. Tentarão pensar no maior número de detalhes dessa memória, passeando pelo espaço.

4. Quando um dos gravadores estiver de novo disponível, gravarão a voz dessa memória de som e floresta, como quiserem. Parados, a andar, numa palavra, frase ou poema. Como eles/elas quiserem.

5. Quando todos/as sentirem a sua missão concluída, sentar-nos-emos e falaremos, do que nos apetecer. O que sentimos, o que descobrimos, o que nos preocupou, o que nos estimulou.

6. E, no final, certaremos que teremos passado um belo momento juntos.

Floresta Sonora é um ateliê de descoberta sonora da floresta, proposto pela Binaural Nodar e integrado no projeto ForestFM, coordenado pelo Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) e financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, procurando o envolvimento dos jovens na promoção de atitudes e comportamentos favoráveis à prevenção de incêndios, através da conceção de emissões de rádio participativas (https://forestfm.ispup.up.pt/).

A Binaural Nodar é um projeto cultural contemporâneo atuando em regiões rurais de Portugal nas áreas da arte sonora e de criação multimédia, da pesquisa etnográfica audiovisual, gestão de arquivos digitais, educação sonora, criação para rádio e publicações (online, livros, CD, DVD). Desde 2006, a Binaural Nodar já acolheu mais de 200 artistas e investigadores no âmbito do seu programa de residências artísticas em contexto rural, produziu mais dezenas de exposições, obras sonoras e media próprias e difundiu o seu trabalho em muitos países da Europa, América e Ásia. A Binaural Nodar é membro ativo de duas redes europeias dedicadas à pesquisa etnográfica e à criação artística sonora: Rede Tramontana de arquivos de memória de zonas rurais europeias e Rede SOCCOS de residências artísticas em arte sonora. O modelo de intervenção da Binaural Nodar assenta numa atuação simultânea num plano intensamente local, junto de comunidades rurais, e num contexto global, com atividades desenvolvidas em museus, universidades, organizações culturais de países como a Espanha, França, Itália, Inglaterra, Alemanha ou Estados Unidos (https://www.binauralmedia.org).

A Binaural Nodar é uma estrutura cultural apoiada pela República Portuguesa – Cultura | Direção-Geral das Artes.