DE VOLTA AO RIO PAIVA
Apresentação de projetos artísticos
Sábado, 30 setembro às 16h00
Ponte pedonal sobre o rio Paiva
Reriz – VIla Nova (Castro Daire)
Uma produção da Binaural Nodar em parceria com Amaneï Salina, o Município de Castro Daire, a União de Freguesias de Reriz e Gafanhão, a Freguesia de Pinheiro e o Mapa sonoro de Uruguay.
Dois artistas, Vittoria Assembri e Luis Costa, passaram as últimas duas semanas nas aldeias de Reriz e de Vila Nova, situadas em margens opostas do rio Paiva. Ambos gravaram sons da paisagem, recolheram pequenas histórias dos habitantes, questionaram como era no passado o quotidiano dos antepassados e como a presença do rio influencia hoje as suas vidas e como percebem o fluxo que circula entre eles: como algo que une ou como algo que divide? Ao mesmo tempo, do outro lado do atlântico, a antropóloga uruguaia Ana Rodríguez seguiu à distância os passos e os sons recolhidos nas margens do rio Paiva, estabelecendo ligações e formulando perguntas.
Vittoria Assembri
Orquestra fluvial para uma ruralidade futura
A obra de Vittoria Assembri visa criar um cenário rural futuro a partir de um conjunto de vozes, gestos quotidianos e outros elementos visíveis e invisíveis, humanos e não humanos: discursos, canções, pequenas histórias, chamamentos, versos, colheitas, objetos e materiais. Esta orquestra multivocal, gravada entre as duas aldeias de Reriz e Vila Nova e disseminada nas duas margens do rio, não é um testemunho nostálgico da ruralidade, mas sim um espaço ativo e crítico a partir do qual é possível imaginar novas narrativas especulativas e uma nova memória coletiva do futuro rio rural.
Luís Costa e Ana Rodríguez
Rio, gente, trabalho e alimento
Saídos da aldeia de Nodar, e mais de uma década depois de termos percorrido extensivamente o rio Paiva, da nascente até à foz, chegámos a Reriz e a VIla Nova, aldeias irmãs da mãe rio. Tendo presentes muitas histórias ouvidas no passado sobre a relação das comunidades com o rio, percebemos que não há dois lugares iguais, que cada aldeia cria o seu próprio livro oral de contos sobre o quotidiano, feito de gente ida e de gente atual, de trabalhos imensos e da sempiterna busca de alimento. A obra sonora resulta de uma reflexão conjunta de Luís Costa, que viveu o quotidiano de Reriz e de Vila Nova, e de Ana Rodríguez, que se preparava para seguir viagem para um lugar perdido no norte do Uruguai: Rincón de Paiva. O mesmo Paiva, uma irmandade transatlântica perdida no tempo que talvez ainda possa ser compreendida através dos sentidos.
Esta residência artística faz parte do ciclo ‘Água doce, água salgada’, um projeto de cooperação entre a Binaural Nodar (Viseu Dão Lafões, Portugal) e Amaneï Salina (Ilhas Eólias, Itália).
A Binaural Nodar é uma entidade cultural apoiada pelo Governo Português – Cultura | Direção-Geral das Artes.