PERIFERIAS CAMINHADAS
(Onde a cidade de Viseu encontra o rural)
Uma criação de Jorge Pascual e Luís Costa
19 a 31 de março 2023
Zonas periféricas da cidade de Viseu
Uma criação da Binaural Nodar, integrada no projeto Esquina Noroeste e contando com o apoio financeiro do Município de Viseu.
Onde se traça o limite entre o que é cidade e o que já é outra coisa? Que especificidades pode ter a periferia de uma cidade de interior, como é Viseu? Como se alterou essa fronteira com a passagem do tempo? Que lugares outrora rurais passaram a ser mais urbanos? Como se vive hoje nesses lugares? O que é que os sentidos podem detetar sobre uma cidade em expansão?
“Periferias Caminhadas: onde a cidade de Viseu encontra o rural” é um projeto de criação multidisciplinar de Jorge Pascual e Luís Costa, que se inicia com uma residência artística itinerante, percorrendo a pé lugares da periferia da cidade de Viseu, com o propósito de reunir textos poéticos, aforismos e crónicas, mas também fotografia, som e oralidade, os quais serão objeto de várias iterações criativas e de vários formatos de apresentação pública. A primeira versão de “Periferias Caminhadas” foi realizada por Jorge Pascual na cidade de San Sebastián (País Basco, Espanha), a qual resultou num poemário expandido publicado em 2022.
Este projeto comemora também uma cumplicidade de duas décadas entre Jorge Pascual e Luís Costa, a qual se estreitou desde os bancos de jardim da cidade de León onde ambos escreviam poemas “ao desafio”, passando pela construção imaginada da biografia de um personagem híbrido, Jorge Luis Carballo da Costa, e pelos convites da Binaural Nodar para a participação de Jorge Pascual em espetáculos realizados em vários concelhos da região de Viseu, enquanto poeta e performer, tais como “Poética para Supermercados”, “Pilasía” e “Origens”.
Jorge Pascual é um poeta e ator espanhol nascido em 1981, de origem leonesa, mas com raízes na zona de El Bierzo (Castilla y León) e a residir desde há vários anos em San Sebastián. Publicou os poemários “Morir de Viento” (ed. Leteo, 2001, Manual de Ultramarinos, 2015) e “Caminan las nubes descalzas”. Também é autor do livro “Me compras unas alas o me haces una fiesta”, menção honrosa no Prémio de Poesia Eugenio de Nora (2006). Mais recentemente publicou dois poemários expandidos, baseados em caminhadas: “El viento ya está escrito” (2018) e “Periferias caminadas” (2022). Participa assiduamente em projetos cénicos multidisciplinares como o exercício de improvisação Free Jazz “Jaula 13” com Ildefonso Rodriguez e a colaboração com La Pequeña Victoria Cen no espetáculo de circo poético “Gigante”, entre outros.
Luís Costa (1968). Curador de práticas artísticas contemporâneas, investigador e artista sonoro, educador e animador cultural em contexto rural, no contexto da associação Binaural Nodar. Coordenador do Lafões Cult Lab, um, conceito de pesquisa artística multimédia no território de Viseu Dão Lafões o qual acolheu já mais de 150 artistas sonoros/media e investigadores sociais e ambientais oriundos de mais de 20 países. Coordenador do Arquivo Digital Binaural Nodar, um projeto de pesquisa, catalogação e mapeamento sonoro e audiovisual da memória coletiva dos territórios rurais de intervenção da associação. Coeditou em 2011 o catálogo e CD duplo “Três Anos em Nodar: Práticas artísticas em contexto específico no Portugal rural”, editou em 2017, o livro + documentário “Várzea de Calde: uma aldeia tecida a linho” e em 2023 o livro “Dançar com a raiz: Documentar a memória dos ranchos folclóricos de Castro Daire”. Luís Costa é igualmente autor de dois livros + CD criados na sequência de projetos de educação sonora: “Memória Sonora da Cortiça” com participação de crianças de escolas básicas do concelho de Santa Maria da Feira, junto de empresas e trabalhadores do sector da cortiça e “São Pedro do Sul: Novas Escutas Rurais” a partir de gravações efetuadas por jovens de São Pedro do Sul nas aldeias rurais do concelho.
Esquina Noroeste é uma constelação variável de ligações entre lugares, gente comum e artistas do noroeste da Península Ibérica, criada para pensar e expressar criativamente os vínculos históricos, culturais e sociais existentes entre territórios vizinhos. Uma iniciativa da Binaural Nodar lançada em 2021, com a participação num primeiro encontro de La Xata La Rifa, Oficina Galega de Outros Asuntos do Movemento e Somospeces≠, acolhendo desde então outras expressões, individuais e colaborativas.