Filò

Riccardo Bertan propôs abordar a mobilidade de lazer em áreas rurais, considerando a perspectiva dos turistas bem como a dos locais. O artista visitou várias localidades como turista, a andar devagar em direções aleatórias. Este processo acaba, por ser umas férias da mobilidade justa posta à rapidez e urgência do tempo de trabalho. Numa mobilidade mais lenta para uma observação detalhada, as coisas mínimas são a grande conquista. A mobilidade de laser está também ligada à parte musical: na memória musical dos avós de Riccardo acontece em lugares outrora rurais. Memórias encenadas num celeiro, e assim chamadas “filò” (vindo das práticas de costura das mulheres enquanto se ouvia música e contos de folcore). Bertan propôs a recriação deste tipo de festas musicais, a serem desenvolvidas dentro das casas ou no quintal de locais, onde a escuta e a gravação de contos regionais e gravações de campo dos conjuntos ao vivo puderam acontecer.

Riccardo Bertan (n.1981, Itália) explora a percepção sonora de eventos não-narrativos sónicos focados na audição e na pesquisa estética sobre a conexão entre a gravação de campo com a memória do lugar em si. Bertan enfatiza micro sons e sentimentos contra a alta fidelidade, dando importância ao barulho da gravação. Neste momento, o artista está a colaborar com diversos artistas visuais no âmbito de criar um ambiente sônico para os seus trabalhos, ambas exibições de arte como trabalho individual. Já participou em eventos como o festival Helicotrema, o festival Analogica e Serra dei Giardinidella Biennale di Venezia.