A Ancestral Vibração do Linho
(Junta de Freguesia de Calde, Município de Viseu)
Até há meio século atrás, não existia aldeia beirã onde não fosse cultivado o linho. O cultivo do linho respondia às necessidades ancestrais de abrigo, proteção e conforto do corpo (roupas de vestir ou de cama), sendo que o mesmo existia, tal como acontecia com as restantes produções agrícolas e pecuárias, no contexto de uma economia de auto-subsistência, na qual a maioria da produção de tecidos era para o uso da família, sendo igualmente comum que o trabalho (por exemplo, fiar ou tecer) ou o produto final (os tecidos) pudesse ser trocado por outros trabalhos ou bens, ou ainda, que os excedentes fossem vendidos nas feiras que existiam nas aldeias ou vilas principais da região.
Tendo em conta a riqueza sonora e plástica do ciclo do linho, a Binaural Nodar concebeu neste ano de 2021 vinte postais sonoros e visuais, intitulados “A ancestral vibração do linho” e correspondentes a cada fase do ciclo do linho (lavrar, semear, arrancar, ripar, aguar, maçar, tascar, sedar, fiar, ensarilhar, cozer, desemborralhar, lavar, embarrelar, corar, dobar, urdir, montar, encher, tecer), os quais serão apresentados na forma de uma exposição que ficará patente até ao final de 2021 no Museu do Linho de Várzea de Calde.