Magaio Egregore

“Magaio Egregore” é uma criação sonora baseada na convergência das abordagens dos dois artistas: a gravação sonora de campo e o diálogo artístico de Gaël Segalene a composição “trance” e performance de Joachim Montessuis. O objectivo deste projecto é revelar o “espírito do lugar”, um convite para criar um espírito de comunhão nesta área rural e expressar o que seria / poderia ser uma egrégora coletiva (egrégora: um conceito que se refere à constituição de um espírito psíquico colectivo a partir das energias geradas pela interação de um grupo de pessoas). Para conseguir isso, os artistas propõem um processo de composição e de performance ao vivo comas vozes gravadas dos moradores de algumas das Aldeias de Magaio. Esta composição constituirá uma enorme polifonia dissonante, um quebra-cabeças colossal, uma litania profunda e ritualística, indo desde palavras semânticas até um composto sonoro fértil. A meta linguística do diálogo, os tesouros da língua, as expressões vernaculares locais, o fluxo contínuo de histórias infinitas estimuladas pelo microfone, irão todos alimentar a composição.

Gaël Segalen é uma artista sonora e organizadora oriunda de Paris. Grava sons decenas desorientadas em muitas línguas para a construção de ficções vitais. Mais do que um testemunho, o microfone oferece um espaço de improvisação para pensar o novo. É também um pretexto para conhecer pessoas e encetar muitas conversas. Membro do Coletivo MU parisiense, colabora em projectos de passeios sonoros e instalações, realiza oficinas de som e ensina a ouvir e a experimentação sonora na ESEC, Escola de Estudos Cinematográficos em Paris.

Joachim Montessuis é um artista sonoro francês interessado na relação entre arte, som, ciência e espiritualidade. Desde 1993, tem vindo a desenvolver uma práxistransversal focada na poesia sonora, no processamento experimental da voz, num contexto de instalações-concertos imersivos. Os seus eventos ruidísticos são concebidos como espaços de pânico e poética nos quais podem ocorrer perturbação sensorial e embaraço. Já trabalhou em alguns dos principais centros de artes electrónica europeu (CICV, Fresnoy, V2_Lab, KHM) e suas performances ao vivo e instalações foram apresentadas em locais e festivais internacionais, incluindo DEAF, ISEA, ICA, Yerba Buena Center, em SF, Sónar, Elektra, Rio de Janeiro entre outros.

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