Caminhos Sagrados

“Caminhos Sagrados” toma como ponto de partida as viagens ou peregrinações rituais que são parte integrante das práticas religiosas. Desde as maiores peregrinações em massa até às viagens locais de/para locais de culto, santuários ou locais de significado pessoal/íntimo (ou mesmo “supersticioso”), os caminhos sagrados têm importância religiosa e espiritual, ligando culturas com a paisagem e ligando lugares numa malha de significado e mito. “Caminhos Sagrados” irá explorar algumas associações sonoras com a prática religiosa na região do maciço da Gralheira. O trabalho de campo irá incluir visitas a locais de culto, cemitérios, santuários, poços sagrados, árvores, rochas ou outros locais sagrados localizados na paisagem. Uma atenção especial será dedicada às ações e rituais que podem fazer parte das viagens para esses locais-por exemplo, maneiras particulares de atravessar locais ourotas escolhidas que têm significado pessoal particular. O projeto terá como resultado um conjunto de ensaios sonoros e de instalações performativas, os quais irão emergir a partir da condução de grupos e indivíduos até determinados lugares, da gravação de vozes de habitantes locais falando do significado de certos lugares, da gravação da paisagem sonora de locais e caminhos rituais ao longo do tempo, através do posicionamento de uma série de microfones autónomos, da exploração arquivos locais e da edição e sobreposição de gravações com material visual.

O trabalho do artista media e ambiental Antony Lyons concentra-se na ligação entre a investigação de arquivos e o trabalho de campo e engajamento ambientais. Nos últimos anos tem aplicado os conceitos de “mapeamento profundo” e de “Geopoética” na sua prática. Lyons é um membro associado do centro de investigação PLaCE, Bristol e é membro da rede internacional de Mapeamento de Traços Espectrais. Os conceitos de viagem e de relação com o sentido dos lugares tem sido fundamental para o trabalho da fotógrafa e etnógrafa Anne Burke, a qual tem explorado diferentes aspectos das relações entre língua, cultura visual e o andar como uma prática quotidiana. Como parte de um projeto de colaboração, recentemente completou uma viagem marítima de 400 milhas, seguindo a rota tomada no século VII por monges irlandeses da costa oeste da Irlanda para a ilha escocesa de Iona. Burke é professor de fotografia na Universidade de Middlesex e é fluente em português.

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